Queridos....
Para minha família, parentes, amigos queridos, minha partida foi de forma abrupta, mas minha alma viaja tranqüila.
Não fui um homem de grandes realizações, mas tenho certeza de ter sido uma pessoa de muitos atos e gestos inesquecíveis .
Cuidei de minha mãe com o carinho e amor que todos os filhos devem ter com seus pais.
Amei e respeitei minha esposa desde nosso primeiro minuto de convivência,meus filhos sempre foram a razão de minha vida,minha motivação para cada dia de trabalho, sem esquecer o amor,na realidade só passaram para o 2º lugar em minha vida com a vinda das netas, ah! como é possível sobreviver a tamanha felicidade. E quando pensei que tudo já estava cumprido chegou Manuela e me mostrou que o amor pode crescer,multiplicar, redividir e continuar imenso. No meio de tudo isso minha cunhada virou irmã, e nora e genro filhos, como devia ser, afinal vivíamos todos juntos.
Amor, respeito, dignidade, honestidade, carinho são meu legado, são minha herança. Espero que minha família, principalmente meus filhos e netas, continuem minha obra.
Meus amigos perdoem se existiram alguns momentos de desagravo, muitas vezes foram provocados pela minha debilidade física ou por achar que todos tinham que ser como eu, mesmo as vezes me sabendo errado.
Prometo continuar trabalhando pelo Santuário do Valongo com o mesmo amor, agora, mais perto de Santo Antônio tenho certeza que será mais fácil.
Aos Freis, em especial Frei André, meu amigo, obrigado pelo carinho na convivência e a demonstração de afeto em minha partida e obrigado a todos que oram por mim, hoje ou nos minutos que tiverem uma lembrança minha, tenho certeza que cada oração me ajudará chegar mais rápido ao meu destino.
Com carinho,
Nelson Brugger
No dia de finados perdemos o convívio do Nelsinho,meu cunhado, tenho certeza que se tivesse tempo teria dito mais ou menos estas palavras, de qualquer forma ele fará muita falta em nossas vidas.
Hoje se discute muito a qualidade do ensino no país, os jovens estão se afastando das escolas, perdendo o respeito pelos professores, agredindo colegas, todo dia uma nova notícia. O que será que mudou?
Ontem fui a uma exposição feita por alunos do Externato São Luiz, escola do bairro Campo Grande, em Santos. A escola já formou uma de minhas sobrinhas netas e agora prepara a outra para o 2º grau, lá, além do ensino de ótima qualidade, elas tem acompanhamento integral, noção de respeito, hierarquia, e com esta exposição senti também a noção de cidadania, tão esquecida hoje em dia.
Mas minha ideia não é elogiar pura e simplesmente o colégio, é mostrar um pouco do que acho correto. Esta escola foi idealizada por uma professora, alguém se lembra como eram os professores? Pois é, uma mulher que sonhava em formar cidadãos, a professora não era a tia, era uma pessoa preparada para nos ensinar, a quem devíamos respeito e "obediência", alguém se lembra desta palavra? No meu tempo a gente OBEDECIA pais, professores, os mais velhos, e, pasmem!!!! Não tínhamos trauma!!!!!!!
O respeito era um comportamento usual, o entre os alunos rolava briguinhas e apelidos que a gente também resolvia sem traumas. Hoje tudo é preconceito, bullying, as crianças não podem ser contrariadas. Os pais não podem nem mais dar uns tapinhas na bunda, direitos do menor e adolescente permitem tudo, menos educação, infelizmente não se educa sem regras, sem limites, não adianta depois ficar criando leis que permitem isso ou aquilo se na formação do coráter tudo é possível e permitido.
Se uma criança chega chorando da escola porque a professora brigou os pais vão a Escola brigar com os professores, meu Deus, se eu chegasse chorando porque a professora tinha brigado ficava de castigo, e no outro dia tinha que pedir desculpas ao mestre.
Se hoje não podemos confiar em quem está certo é porque estamos formando maus profissionais, então é por aí que eu acho que devemos começar, um Professor não precisa ser uma enciclopédia mas tem que ter domínio sobre o que vai ensinar e ensinar.
Voltando a professora que citei no início formou duas filhas professoras, com noções de respeito e carinho pela profissão, que dão continuidade a seu trabalhos, nesta exposição, que tive o prazer de visitar, vi os jovens com liberdade de expressão, cada turma se empenhou em montar um espaço relativo a nossa cidade com muita pesquisa e carinho. Foram lembrados personagens como Plínio Marcos e Pagu, locais como o Orquidário, Santuário do Valongo, Santos F.C., Bolsa do Café. Tudo com muita explicação e ilustração.Parabéns ao Externato São Luiz pelo trabalho realizado junto com os alunos, ah! e antes que eu me esqueça a festa terminou com os alunos cantando o hino da cidade de Santos, alguém conhece? É lindo!!!
