Terminou a programação da Coordenadoria da Mulher, mas a violência está muito longe de terminar...
Participei dos eventos, palestras, distribuição de material , vi e ouvi muita coisa, por um período fiz parte da realidade de várias mulheres. Algumas chegaram até nós tímidas, carentes de orientação e força para uma decisão, precisavam da certeza do apoio que teriam após uma possível denúncia. Outras vinham vitoriosas já tinham vencido o medo e agora viviam uma nova vida, ou uma vida nova, com novos valores.
Conheci casais que viviam bem, mas não se davam o prazer do lazer da convivência com outras pessoas, não davam um tempo para o lazer, aí lhes foi proporcionada uma noite de diversão, voltaram para casa mais alegres, mais leves, com assunto novo para conversar e fugir da rotina.
O saldo foi muito positivo, foi explicado a homens e mulheres os vários tipos de violência e como tentar se libertar delas. Agora precisamos, cada um de nós que participou desta semana, continuar trabalhando no esclarecimento de outras vítimas de violência, formar núcleos de apoio, não deixar que este trabalho se perca nos discursos.
Depois de tudo que assisti, participei e vi, hoje pela manhã vendo um programa de TV, competição de humorismo, uma mulher descrevendo as mulheres e dizendo que nós não gostamos dos homens gentis, que preferimos os brutos, isso no meio de uma piada bem chula, e todo público presente rindo e concordando, está errado, nós mulheres não somos diferentes dos homens, queremos ser bem tratadas para bem tratar.
Gostaria que cada um de nós pensasse sobre este assunto e tomasse uma atitude positiva contra a violência, pensasse no parceiro como um ser amado e não como um inimigo, com quem temos que competir cada minuto de nossas vidas, vamos pensar em cada causa de violência, a droga, a bebida, o desemprego, etc... e lutarmos pelas mudanças necessárias. Vamos brigar sim, mas brigar pela felicidade.
Clélia Vannucci